18 de outubro de 2011
17 de outubro de 2011
Tabela de emissões
Veja informações detalhadas sobre mudanças nas emissões até 2007 no relatório de outubro de 2009 do Secretariado de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, clicando aqui.
País | 2006 | 2005 | 2000 | 1990 | 2006/1990 (mudança %) |
Turquia | 331,8 | 312,4 | 280,0 | 170,1 | 95,1 |
Espanha | 433,3 | 440,9 | 385,0 | 287,7 | 50,6 |
Portugal | 82,7 | 87,2 | 81,5 | 59,1 | 39,9 |
Austrália | 536,1 | 529,5 | 495,2 | 416,2 | 28,8 |
Grécia | 133,1 | 133,8 | 128,2 | 104,6 | 27,3 |
Nova Zelândia | 77,9 | 77,4 | 70,7 | 61,9 | 25,7 |
Irlanda | 69,8 | 70,3 | 69,0 | 55,5 | 25,6 |
Islândia | 4,2 | 3,7 | 3,7 | 3,4 | 24,2 |
Canadá | 720,6 | 734,5 | 717,7 | 592,3 | 21,7 |
Liechtenstein | 0,27 | 0,27 | 0,25 | 0,23 | 17,9 |
Áustria | 91,1 | 93,3 | 81,1 | 79,2 | 15,1 |
EUA | 7.017,3 | 7.106,6 | 7.002,6 | 6.135,2 | 14,4 |
Finlândia | 80,3 | 69,0 | 69,8 | 70,9 | 13,2 |
Itália | 567,9 | 577,9 | 552,3 | 516,9 | 9,9 |
Noruega | 53,5 | 53,8 | 53,5 | 49,7 | 7,7 |
Japão | 1.340,1 | 1.358,1 | 1.348,3 | 1.272,1 | 5,3 |
Dinamarca | 71,9 | 65,0 | 69,3 | 70,3 | 2,2 |
Eslovênia | 20,6 | 20,5 | 18,9 | 20,3 | 1,2 |
Luxemburgo | 13,3 | 13,3 | 10,2 | 13,2 | 1,0 |
Suíça | 53,2 | 53,8 | 51,8 | 52,8 | 0,8 |
Países Baixos | 207,5 | 211,7 | 213,6 | 211,6 | -2,0 |
UE | 4.151,1 | 4.186,0 | 4.117,6 | 4.243,8 | -2,2 |
França | 546,5 | 560,3 | 559,9 | 566,4 | -3,5 |
Croácia | 30,8 | 30,6 | 26,2 | 32,5 | -5,2 |
Bélgica | 137,0 | 142,3 | 145,5 | 144,5 | -5,2 |
Suécia | 65,7 | 66,9 | 68,3 | 72,0 | -8,7 |
Mônaco | 0,09 | 0,10 | 0,12 | 0,11 | -13,1 |
Inglaterra | 655,8 | 658,7 | 673,7 | 772,0 | -15,1 |
Alemanha | 1.004,8 | 1.005,0 | 1.019,5 | 1.227,7 | -18,2 |
Rep. Tcheca | 148,2 | 145,7 | 147,0 | 194,2 | -23,7 |
Polônia | 400,5 | 386,4 | 389,5 | 563,4 | -28,9 |
Hungria | 78,6 | 80,2 | 115,8 | 77,6 | -32,1 |
Eslováquia | 48,9 | 49,3 | 48,5 | 73,7 | -33,6 |
Rússia | 2.190,2 | 2.123,4 | 2.038,3 | 3.326,4 | -34,2 |
Belarus | 81,0 | 75,6 | 69,8 | 127,4 | -36,4 |
Romênia | 156,7 | 152,0 | 138,7 | 281,9 | -44,4 |
Bulgária | 71,3 | 70,5 | 68,7 | 132,6 | -46,2 |
Ucrânia | 443,1 | 425,7 | 395,0 | 922,0 | -51,9 |
Lituânia | 23,2 | 22,7 | 19,4 | 49,4 | -53,0 |
Estônia | 18,9 | 19,3 | 18,2 | 41,6 | -54,6 |
Letônia | 11,6 | 11,1 | 10,0 | 26,4 | -56,1 |
TOTAL (Bilhões) | 18,0 | 18,0 | 17,6 | 18,9 | -4,7 |
Nota: Os dados excluem as emissões provenientes de florestas, uso da terra e mudança de uso da terra.
Gases do Efeito Estufa
Atualmente são seis os gases considerados como causadores do efeito estufa: Dióxido de carbono (CO2), Metano (CH4), Oxido nitroso (N2O), Clorofluorcarbonetos (CFCs), Hidrofluorcarbonetos (HFCs), e Hexafluoreto de enxofre (SF6). Segundo o Painel Intergovernamental de mudanças do Clima, o CO2 é o principal "culpado" pelo aquecimento global, sendo o gás mais emitido (aproximadamente 77%) pelas atividades humanas.
No Brasil, cerca de 75% das emissões de gases do efeito estufa são causadas pelo desmatamento, sendo o prinipal alvo a ser mitigado pelas políticas públicas. No mundo, as emissões de CO2 provenientes do desmatamento equivalem a 17% do total.
O Hexa Fluoreto de Enxofre (SF6) é o gás com maior poder de aquecimento global, sendo 23.900 vezes mais ativo no efeito estufa do que o CO2. Este gás é usado na indústria elétrica para aplicações de alta tensão, como em interruptores e disjuntores. Em conjunto, os gases fluoretados são responsáveis por 1,1% das emissões totais de gases do efeito estufa.
Confira abaixo os principais gases do efeito estufa e algumas das suas características.
Informações retiradas da Cartilha Herança Global - as mudanças que o aquecimento reserva, de autoria de Júlia Antunes Lourenço.
Veja o site Trillionthtonne, lançado em 2009 pela Universidade de Oxford para rastrear a velocidade que nos aproximamos de um trilhão de toneladas de dióxido de carbono sendo lançados na atmosfera globalmente. A estimativa inicial era alcançar este volume em março de 2045, agora já está em junho de 2044.
Efeito Estufa
20 de junho de 2011
BAROPATIAS OCUPACIONAIS
BAROPATIAS OCUPACIONAIS
Origem do termo
Baro – Do grego báros (peso, pressão).
Patia – Do grego páthos (doença).
Baropatia é o conjunto de sintomas que se manifestam em decorrência de variações da pressão atmosférica.
Segundo Bellusci (1996), Baropatias são, em termos sucintos, doenças causadas por exposição a alterações da pressão atmosférica.
A atmosfera exerce sobre o nosso organismo a chamada pressão atmosférica ou pressão barométrica, que varia com a altitude; ou seja, se subirmos uma montanha muito alta ou tomarmos um avião, teremos sobre nós uma pressão menor da atmosfera; se entrarmos no mar, a grandes profundidades, teremos sobre nós uma pressão maior exercida pela atmosfera e pela água.
Em condições normais, no nível do mar, com temperatura de 0ºC, essa pressão é de 1 atm, que equivale à pressão exercida por uma coluna de 760 mmHg ou 10m de água.
A cada 10m de profundidade do mar, nosso organismo está exposto a aproximadamente mais 1 atm de pressão. Portanto, no nível do mar, à temperatura de 0ºC, a pressão é de 1 atm; a 10m de profundidade, é de 2 atm; e a 20m, de 3 atm.
A 6.000m de altura, a pressão é de 0,5 atm; e, a 40.000m, é praticamente nula.
Normalmente, a pressão exercida pelos líquidos internos de nosso organismo está em equilíbrio com a pressão atmosférica. Quando há aumento ou diminuição da pressão atmosférica, podem ocorrer lesões mecânicas em tecidos moles, assim como alterações na distribuição de gases através das células e até morte.
Esse é um problema ao qual estão expostas as pessoas que trabalham em caixões pneumáticos e em submarinos, assim como os mergulhadores, aeronautas, alpinistas e todos os que realizam múltiplas atividades em tubulões e escavação de túneis pelo método Shield com ar comprimido.
A Pressão Atmosférica e a orelha
O equilíbrio entre a pressão interna da orelha e a pressão externa do meio ambiente é fundamental para a audição, para o equilíbrio do corpo e para a integridade dos tecidos que o formam.
O aumento ou a diminuição brusca da pressão atmosférica pode romper o tímpano e os ossículos da orelha média. O indivíduo tem sensação de orelha ocluída, hipoacusia, zumbido, dor puntiforme e violenta no momento da ruptura e, às vezes, sofre vertigem.
O tratamento é por instilação nasal de vasoconstritores e drenagem de líquidos. Também os antibióticos são utilizados quando há possibilidade de infecção.
Em geral, a laceração do tímpano cicatriza espontaneamente em dez a vinte dias com recuperação total, mas pode ser necessária uma timpanoplastia.
A prevenção de lesões da orelha é feita com o uso de manobras de descompressão timpânica e cura de todas as afecções que podem provocar estenose da tuba auditiva.
A Pressão Atmosférica e os seios paranasais
Os seios paranasais, por serem ocos, também sofrem lesões em condições hiperbáricas. Os mais comumente afetados são os frontais. Os sintomas são dor local intensa, edema, congestão, ruptura de capilares, hemorragia e deslocamento de mucosa.
Essas lesões se complicam facilmente com infecções bacterianas. A terapia consiste em aerossóis e instilação nasal de descongestionante e vasoconstritor. Os antibióticos também são utilizados quando há possibilidade de infecção.
A Pressão Atmosférica e os dentes
Os dentes podem doer agudamente quando o indivíduo é submetido a alterações de pressão atmosférica, se houver pequenas fissuras em obturações ou coroas. O tratamento é odontológico.
A Pressão Atmosférica e os pulmões
Os pulmões e a caixa torácica constituem estruturas de notável elasticidade e normalmente suportam bem variações de pressão atmosférica. Mas circunstâncias como a obstrução patológica dos brônquios ou a alteração de ritmo da respiração podem provocar lesão pulmonar grave.
Para compreendermos como os pulmões podem ser afetados, as vezes letalmente, pelas variações da pressão atmosférica, tomemos o exemplo de um mergulhador que sobe à tona, vindo de uma profundidade de 50m, ou de um indivíduo que desce à mesma profundidade num caixão pneumático.
O volume de ar nos pulmões no nível do atm é de cerca de 6 litros, portanto, a 50m de profundidade, a 6 atm de pressão, são necessários 36 litros de ar para ocupar o mesmo volume. Se a descompressão não for feita em tempo adequado, o ar se expande dentro do pulmão e provoca lesões graves dos alvéolos.
Além disso, pode penetrar na circulação sanguínea e provocar embolia gasosa no cérebro e outros tecidos, bem como enfisema no mediastino e pneumotórax. Os sintomas, nesses casos, variam de modestos distúrbios respiratórios até perda de consciência, edema pulmonar, distúrbios neurológicos, embolia e morte. A terapia é sintomática. O mesmo quadro pode comprometer seriamente a distribuição de oxigênio (O2), alterando a relação entre as concentrações de oxigênio do ar e do sangue e até nos tecidos, resultando em hiperoxemia, hiperoxia, hipoxemia, hipoxia e anoxia.
A hiperoxemia e a hiperoxia, que consistem no aumento de oxigênio no sangue e nos tecidos, respectivamente, provocam, por sua vez, grave e completo desequilíbrio metabólico, com alteração da função de diversos órgãos e aparelhos. O indivíduo apresenta sensação de secura na faringe, epistaxe, tosse seca e irritante, pressão e dor retroesternal.
Outros possíveis sintomas são broncopulmonite exsudativa, edema pulmonar, convulsão, hipertonia vagal com bradicardia, alucinação, confusão mental, vertigem, cefaleia, náusea, astenia, mal estar geral, perda de consciência, coma profundo e pele de coloração terrosa. A cefaleia, a náusea e a astenia podem durar de um a dois dias.
Algumas vezes pode ocorrer depressão, que dura meses. A terapia consiste em normalizar a oferta de oxigênio, retirando-o da atmosfera hiperoxigenada. A dificuldade de eliminação de dióxido de carbono (CO2) durante o mergulho pode provocar intoxicação com perda de consciência.
O indivíduo apresenta taquipneia, cefaleia, cansaço aos pequenos esforços, náuseas, vômitos e sensação de queimação na face. O tratamento consiste em favorecer a inalação de ar em concentração normal de gases. Em geral, há regressão rápida de sintomas.
O uso inadequado de equipamentos de mergulho pode provocar lesões como equimoses, hemorragia conjuntinal e asfixia. A diminuição de pressão atmosférica nas montanhas altas ou no vôo de aeroplano também implica diminuição da concentração de oxigênio no ar inspirado, o que pode provocar hipoxia, hipoxemia e até anoxia. O indivíduo apresenta hiperventilação compensatória com aumento da profundidade da respiração ou do número de movimentos respiratórios por minuto.
A hiperventilação compensatória aumenta gradativamente até decrescer e torna-se irregular. A cerca de 10.000m de altura ocorre respiração do tipo Cheyne-Stokes, com produção aguda de hemácias, taquicardia e tendência de elevação da pressão sanguínea, numa tentativa do organismo de garantir a distribuição do oxigênio. A essa altitude é possível também a ocorrência de parada respiratória.
A terapia consiste em transportar o indivíduo para local de pressão atmosférica normal e inalação de oxigênio contendo 7% de dióxido de carbono.
GLOSSÁRIO
Caixão pneumático – Uma estrutura retangular de concreto – que contém em seu interior materiais mais leves do que a água do mar (água de lastro ou ar) – entre as pernas da plataforma que serve para facilitar o seu deslocamento (transporte) e sustentabilidade no leito marinho. Esse suporte também foi aperfeiçoado e difundido nos primeiros anos de exploração offshore na zona norte do Mar do Norte, Noruega (Lappegaard et al., 1991). Utilizado na Inglaterra para escavar fundações de pontes, empregava ar comprimido para expulsar a água duma área do leito do rio para se poder trabalhar a seco. Utilizado em serviços de construção civil sob água.
Tubulões pneumáticos – Estacas de tubulões pneumáticos. Consiste no uso de ar comprimido após a cravação do tubo antes da escavação de seu interior. A finalidade do ar comprimido é a de manter a água afastada através do aumento da pressão no interior do tubo.
Método Shield – Neste método, o sistema impermeabilizante primário necessita grauteamento (nivelamento de base onde se vai assentar uma estrutura, feito com argamassa de cimento) para preenchimento de vazios entre os anéis pré-moldados e o solo escavado. O sistema impermeabilizante principal precisa de anéis pré-moldados de concreto rígido de baixa permeabilidade, além da vedação de juntas entre anéis pré-moldados, conforme o tipo de anel (que sempre deverá existir quando o túnel estiver sob lençol freático, independentemente do tipo de terreno).
Ocluída – Fechada.
Hipoacusia – Deficiência auditiva, surdez.
Dor Puntiforme – Dor aguda e intensa centralizada em um ponto.
Instilação – Colocar, inserir vagarosamente algo em algum lugar.
Seios paranasais – São espaços preenchidos de ar localizados no interior dos ossos do crânio e face, que se comunicam com a cavidade nasal.
Escafandro – É uma armadura de borracha e ferro usada por mergulhadores para trabalhos no fundo da água. Essa estrutura comunica-se com a superfície através de um duto que assegura a livre respiração e permite resistir à pressão da água.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Bellusci, Silvia Meirelles. Doenças Profissionais ou do Trabalho. Editora Senac São Paulo. pp. 97 a 101 – Baropatias Profissionais. 11ª Edição. 1996.
DECRETO No 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999.
Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A N E X O II
AGENTES PATOGÊNICOS CAUSADORES DE DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO
TRABALHO, CONFORME PREVISTO NO ART. 20 DA LEI
Nº. 213, DE 1991
29 de abril de 2011
A Água no Corpo
4 de março de 2011
Segurança no Transporte de Materiais
Leia Mais: http://www.prevencaonline.net
Lembre-se:
Desistir na primeira tentativa é duvidar da própria capacidade de perseverar. Não deixe a primeira porta que foi fechada selar o seu destino no mercado de trabalho, procure bater em todas as portas até que uma se abra e lhe dê a grande chance.
25 de fevereiro de 2011
PSICOLOGIA DO TRABALHO
PSICOLOGIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
A psicologia é talvez o ponto - chave da segurança, pois o aspecto humano é a referência a ser observada com maior cuidado pelos profissionais da segurança.
De nada adiantam medidas de controle eficazes para os riscos ambientais, programas de prevenção de acidentes, se o profissional não reconhece no trabalhador, durante o Diálogo Diário de Segurança, que este não está em seus melhores dias, porque brigou com alguém em casa, ou tem dívidas, como exemplos.
Ter a sensibilidade de reconhecer como o homem possa vir a se comportar em função do seu estado de espírito é fundamental. O psicólogo poderia ser naturalmente, a sexta profissão reconhecida como integrante do SESMT. Tamanha é a sua importância que basta observar as estatísticas do Ministério da Previdência Social sobre afastamentos relacionados a aspectos comportamentais.
Má-fé do trabalhador em ludibriar seus gerentes no intuito de trabalhar menos existe como também existem empregadores que negligenciam segurança simplesmente porque ela é "cara".
Como um exemplo mais direto, para sair do discurso que possa parecer pronto para alguns, analise dois exemplos.
Um deles, uma equipe de trabalhadores, com pouca instrução, liderados por um gerente querido por eles, por tratá-los com respeito e igualdade. Imagine a situação que, por exemplo, tentam lançar uma cordoalha sobre um rio supostamente raso e com pouca correnteza. Na ausência do gerente, resolve um deles atravessar o rio para lançamento do cabo, no intuito de "agradar o chefe", e acaba morrendo afogado, levado por correntes de água que não esperava que existisse.
O outro exemplo, uma equipe de profissionais em crescimento, a maioria estudando um curso de nível superior, sendo liderados por um gerente ignorado e odiado pela equipe, por exigir, em poucas horas de serviço uma produtividade excessiva, sem a menor remuneração por horas extras, e mesmo estas sendo acumuladas como banco de horas, o trabalhador é repreendido por possuir um banco generoso. Naturalmente essa equipe começa a deixar o emprego, procurando outras empresas. Quem fica, favorece aos índices de absenteísmo, entregando atestados arranjados ou falsos.
Observe um caso de acidente de trabalho, e outro de rotatividade e absenteísmo, causados pelos efeitos comportamentais no trabalho.
16 de fevereiro de 2011
DIFERENÇA ENTRE INCIDENTE E ACIDENTE
VOCÊ CONHECE A DIFERENÇA ENTRE INCIDENTE E ACIDENTE ?
Esta semana quando eu estava assessorando uma empresa a responder uma lista de verificação sobre a implantação do seu Plano de Gestão de Segurança e Saúde, fui indagado em determinado momento por um dos seus dirigentes, o que seria um incidente. Ele queria saber com certeza qual é a diferença entre um incidente e um acidente.
Um “incidente” pode ser definido como sendo um acontecimento não desejado ou não programado que venha a deteriorar ou diminuir a eficiência operacional da empresa.
Do ponto de vista prevencionista, um “acidente” é o evento não desejado que tem por resultado uma lesão ou enfermidade a um trabalhador ou um dano a propriedade.
Ao adotarmos as providências necessárias para prevenir e controlar os incidentes, estamos protegendo a segurança física dos trabalhadores, equipamentos, materiais e o ambiente.
A eliminação ou o controle de todos os incidentes deve ser a preocupação principal de todos aqueles que estiverem envolvidos nas questões de prevenção de acidentes ou controle de perdas.
Portanto, os incidentes podem ou não serem acidentes, entretanto todos os acidentes são incidentes.
Entendido o significado do conceito acima, é que poderemos dar início aos processos de controle de todas as causas e origens dos incidentes e dos acidentes.
Outro conceito que deve ser fixado, é que os incidentes podem ser classificados como “quase acidentes” e não os acidentes com danos a propriedade ou com lesões leves não incapacitante.
Em 1969 o Inglês Frank E. Bird Jr., Diretor de Segurança de Serviços de Engenharia da Insurance Company North America elaborou um completo estudo de acidentes, no qual ele dispendeu mais de 4.000 horas de pesquisa, analisando mais de 1.750.000 acidentes informados de aproximadamente 300 empresas, totalizando mais de 3 bilhões de horas homens de exposição ao risco de 21 grupos industriais diferentes.
Do estudo dos acidentes relatados, surgiram as seguintes proporções, que se tornaram conhecidas como a “Piramide de Frank Bird”.
- 600 Incidentes que não apresentaram lesões ou danos visíveis.
- 30 Acidentes com danos à propriedade.
- 10 Lesões leves não incapacitantes.
- 1 Lesão Séria ou Incapacitante.
Pirâmide de Frank bird
Estou levantando o assunto neste artigo, em função dos recentes “acidentes” ocorridos seguidamente com uma grande empresa de capital brasileiro, que é reconhecida nacional e internacionalmente, pelo seu elevado padrão tecnológico além de contar nos seus quadros com profissionais altamente especializados e competentes.
Entretanto, acredito que a direção da referida empresa tenha se deixado influenciar pela pressão da mídia e da sociedade como um todo, na análise e avaliação dos acidentes ocorridos, gerando como uma das providências preventivas/corretivas a substituição de gerentes, e no caso do último acidente ocorrido em julho, o desligamento de 4 empregados além da punição de outros 8 gerentes.
Um Diretor da empresa declarou que o motivo da punição foi pelo fato dos empregados não terem cumprido as normas da empresa e cometerem falhas na operação.
Já o Diretor da Federação que representa os trabalhadores, considerou arbitrárias as punições e acusou a empresa, dizendo que os acidentes foram
conseqüência da redução de pessoal, do acúmulo de trabalho e da falta de investimentos na segurança.
As causas dos acidentes podem ser determinadas e controladas através do conhecimento e análise dos seguintes sub-sistemas: Pessoal; Equipamento; Material e Ambiente.
A empresa classificou como causa principal do acidente a “falha humana”, entretanto todos sabemos que os fatores pessoais que dão origem às falhas humanas explicam por que as pessoas não atuam como deveriam.
Ficando no ar a seguinte pergunta: Por que os procedimentos operacionais, sistemas de comunicações, equipamentos e válvulas de segurança não foram eficientes para neutralizar as falhas humanas como deveriam, deixando que um incidente se transformasse em um grande acidente?